sábado, 27 de fevereiro de 2010

Uma flechada moral em Jair Bolsonaro (Blog do Sakamoto, por Leonardo Sakamoto)

15/05/2008 - 20:15

Chamar o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de figura folclórica seria um elogio desmesurado. É uma vergonha para o país que essa viúva da ditadura militar ainda circule com poder pelo corredores do Congresso, defendendo as barbaridades do período mais tenebroso da história republicana brasileira.

Bolsonaro tinha 19 anos quando Figueiredo deixou o Planalto para cuidar de seus cavalos – é saudosista de um período que não viveu (até aí, entende-se, os neonazistas também são). Ficou 15 anos no Exército e mantém-se no Congresso devido à sua defesa dos direitos trabalhistas dos militares (pela quantidade de rifles que desaparecem dos quartéis no Rio e reaparecem nas mão do tráfico, verifica-se como os salários são realmente baixos). E, com isso, ganha carta branca para falar abobrinhas.

Um bom exemplo de quem é Bolsonaro aconteceu há alguns anos, quando ele colocou um cartaz na porta de seu gabinete na Câmara dos Deputados com os dizeres “Desaparecidos do Araguaia, quem procura osso é cachorro”, zombando das famílias de vítimas da Gloriosa e dos esforços do governo federal para encontrar as ossadas dos guerrilheiros mortos pela ditadura e enterradas em local que o Exército nega em revelar.

Ontem, bateu boca com o ministro da Justiça Tarso Genro durante audiência pública para discutir a situação da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Como já falei aqui neste blog, a população indígena vem sofrendo ataques por parte dos arrozeiros que ocupam sua terra e não querem sair. Descontentes com isso, setores da sociedade e da mídia partiram para a ignorância explícita usando os argumentos mais bizarros para defender a revisão da homologação.

Bolsonaro seguiu a linha “Ai que saudade do AI-5″, relançada recentemente pelo senador Agripino Maia (DEM-RN), ao praticamente reclamar das mentiras que Dilma Roussef contou aos torturadores durante as sessões de choque e de pau-de-arara (!). Vale lembrar que tanto o DEM quanto o PP são filhotes da Arena, partido da ditadura. É claro que a resposta de Dilma foi bem melhor que a de Tarso, até porque Bolsonaro já é figurinha conhecida, enquanto Agripino vinha cultivando uma imagem de bom moço.

Tarso Genro bem definiu o comportamento dos arrozeiros como terroristas (falei sobre isso em um outro post) e Bolsonaro não deixou barato: afirmou que o ministro entendia bem de terrorismo porque teve que fugir do país durante a ditadura militar, ou seja, boa coisa não tinha feito. Tarso retrucou que ele não conseguia conviver com a democracia. Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil também tiveram que dar “Aquele Abraço” para o país e se escafeder. Acho que foi por causa das músicas, muito ruins, sabe? Creio que os militares preferiam uma marcha.

O bate-boca foi ótimo para ajudar a trazer à tona, mesmo que apenas de vez em quando, o que a pasteurização da cobertura jornalística sobre ideologias políticas faz questão de excluir. Deveria acontecer mais vezes cenas com essas no Congresso. A História não acabou, apesar do desejo inconteste dos liberais de plantão. Diferenças existem, apesar de ações convergentes de governo e oposição muitas vezes mostrarem o contrário. Por exemplo, não é raro os críticos da situação social, ambiental, trabalhista e agrária ouvirem do governo federal afirmações muito semelhantes ao “Brasil, ame-o ou deixe-o”.

Mas o melhor da tarde ficou com Jecinaldo Sateré Maué, da coordenação dos movimentos indígenas da Amazônia, que jogou um copo com água em Bolsonaro. O deputado não se molhou. Questionado sobre o porquê daquilo, Jecinaldo disse:

“Eu peguei um copo de água porque não tinha flecha.”
Autor: sakamoto - Categoria(s): Sem categoria Tags:

* 39 comentários

Ver todos

1.
raul neto disse:
19/05/2008 às 20:24

jobrito,nome de meganha frouxo covarde,daqueles que se borram ao enfrentar uma simples injeção .Vá procurar o que fazer vagabundo,viúva da ditadura!
2.
LAMARTINE disse:
19/05/2008 às 23:04

Como é bom viver numa Democracia.
Imagine se ainda estivessemos na ditadura, qual seria o castigo imposto ao um deputado que se comportasse como ele diante de um Ministro de Estado?
O ilustre tem toda razão de defender seus ideais. Contudo, ele ainda se lembra como foi tratado seu irmão (militar) num famoso episódio de um panfleto?
Boa noite.
3.
Jorge Antonio disse:
20/05/2008 às 10:21

Realmente se não houvesse a Democracia, não teriamos tantos bandidos no governo, tão pouco teriamos um babaca como este escrevendo bobagens.
A meia duzia de artistas que sairam do pais, não representa o restante dos brasileiros, quanto aos guerilheiros, deveriam ter sido todos fuzilados e não expulsos do pais.
Pelo menos teriamos cortado o mal pela raiz.
4.
Carlos Alberto M. Si disse:
20/05/2008 às 12:57

Qualqlquer coisa atirada contra tipos como Bolsonaro é bem endereçada até que algo mais fatal o alcance. De preferência, quando estiver reunido com a familia e todod os membros de seu Partido
5.
Rivair disse:
20/05/2008 às 14:57

Aos companheiros e camaradas que se foram na luta em pró da democracia, nosso reconhecimento e consideração,aos canalhas saudosistas…meus pêsames.
6.
Jairo Pereira Filho disse:
20/05/2008 às 19:02

Caro Sakamoto,
Não é só o Bolsonaro que é saudosista da ditadura militar. O Lula também é… Foi nesse período que ele mais se locupletou com essa história de sindicato, etc.
Foi com argumentos contra que elegeu-se deputado federal; o que nunca, nunca mesmo editou um projeto sequer…
Assim como os cantores auto-exilados da tropicália… Protestaram… Protestaram… E depois se venderam com a istória da Anistia Ampla, Geral e Irrestrita que livrou a cara dos torturadores!
Só não enxerga direito quem é míope!
Eu não sou.
Você não é!
7.
Paulo Bento Bandarra disse:
21/05/2008 às 8:43

Na verdade, Tarso nunca defendeu a democracia, mas a ditadura do proletariado contra a liberdade do povo. Se nunca teve coragem de sair para o terrorismo, sempre conviveu com os mesmos terroristas que desejavam que o Brasil vivesse uma ditadura ao tipo da China ou da Rússia! Honestidade esta turma nunca teve, como o presente articulista que esconde que esta turma corrupta que está no governo, amigos das trincheiras do terrorismo de esquerda, nunca lutaram pela democracia, mas pelo comunismo! É o Filinto Muller do governo lula, nacional socialista atual. Se não existisse esta turma da esquerda, não existiria Bolsonaros da vida! São farinhas do mesmo saco. Criados no mesmo processo do comunismo internacional! A revolução de 64 não saiu do nada, mas foi a “reação” aos comunistas. Daí chamá-los de reacionários naquela época. Reação aos que não aceitavam a ditadura do comunismo! A história não acabou em 64. Basta ver o colapso dos países comunistas apesar dos milhões mortos em suas entranhas para dar certo. Parece que sonho ainda presente neste Blig.
8.
Elifas disse:
21/05/2008 às 11:47

Bom, meus caros blogger e comentaristas: da última vez que eu chequei, democracia significava a aceitação de todos os pontos de vista, inclusive e necessariamente os mais estapafúrdios. Defender que o Bolsonaro deva ser flechado, ou que comunista tem mais é que morrer mesmo, por mais que sejam atitudes bem-intencionadas (??) não têm rigorosamente nada de democráticas. Como sempre, a corruptela de democracia que nós temos por aqui na verdade se refere à prática de alternar os ladrões que assumem o poder e com ele se locupletam, e não a uma prática de democracia verdadeira.
9.
Paulo disse:
21/05/2008 às 18:35

… Trans

Esse cara é ridículo. Milico de uma figa. Em: 16/05/2008 17:24:50 .
O que escrever para esse elemento, que nem sabe a diferença entre “MILICO” e MILITAR?
DEve ser do PT e soube do Regimne Mikltiar pelos livros escritos pelo fhc ou zé dirceu, ou será o minc, o …
10.
Jairo Pereira Filho disse:
21/05/2008 às 18:49

Perdão pela “istória” ai atrás… Na verdade o dedo resvalou e soltou esse neologismo bem apropriado…
Na verdade nem todos os capítulos da nossa história merecem o “H” maiúsculo de Homem. Porque na maioria das vezes os homens personagens dela fizeram ESTÓRIA. Isso mesmo. Com “E”!
Quem fez história de verdade?
Getúlio, o nazista assassino?
Tancredo que fôra seu acessor mais próximo e que ratificava os mandatos contra a oposição?
Collor, o He-man desmascarado?
Lula, o pré-histórico que não fala, só vocifera? O “Favelizador do bem”… Mais um neologismo, se me permitem.
Quando teremos no país um homem com a HISTÓRIA de um Lincolm, por exemplo?
Homen apaixonado. Devotado. Conciliador e despojado?
Se Lula bebesse ao menos o resto do copo de um Homem assim, ficaria envergonhado ante tanta omissão a favor dos vagabundos que o acessoram!
E não defendo seus antecessores! Ainda está prá chegar o “Messias” brasileiro… Parece piada… Pior que é mesmo!
11.
José disse:
22/05/2008 às 0:07

É, pelo jeito não são somente os olhos que você não abriu direito até hoje. Falta abrir a mente.
Abre teu olho japa e fecha a boca para não falar besteira!
12.
Carlos disse:
22/05/2008 às 9:14

Teu artigo é excelente, adorei lê-lo. Tão claro e lúcido que até a bárbarie inculta entendeu e agrediu. Muito bom; continue assim enfiando o dedo na ferida das bestas feras que apóiam/apoiaram a ditadura no Brasil.
13.
Paulo Bento Bandarra disse:
24/05/2008 às 8:22

Interessante que os internacionais socialistas acusam os liberais e democratas de nacionais socialistas, quando os dois são farinhas do mesmo saco! Não é por nada que os dois lutaram juntos contra o liberalismo e o capitalismo, o supra sumo do pecado na terra, junto com a liberdade e a livre iniciativa, na visão dos dois irmãos de sangue!
14.
cidadao brasileiro disse:
27/05/2008 às 4:47

Sakamoto:
Muitos foram mortos e torturados por lutar por liberdade, mas houve tambem muitos oportunistas que não queria nada com a hora do Brasil (trabalhar) e se infiltrou no movimento estudantil apenas para se dar bem, já que tinham costas largas, se formos observar a historia, é facil observar os oportunista, que não sofreram nenhum puxão de orelha e se diziam perseguidos politicos, fingiram fugir para o exterior, e nós é quem paga a conta. Acho que a familia desses que foram torturados mortos durante esse periodo tem que ser indenizadas de forma justa, mas não com indenizações milionarias, porque assim sendo quem será penalisado é toda a população brasileira. Cito um exemplo do descalabro que é para com as finanças publicas, as pensões milionarias e mordomias que são pagas a ex-governadores e ex-presidentes, e observem que estes senhores não são nenhum pobrezinho, e acumulam aposentadoria e mais aposentadorias pagas pelo setor publico, e se eles contribuissem para a previdencia, somente teriam direito a qualquer beneficio previdenciario apos 35 anos de contribuição, esses são na verdade quem quebram a previdencia, e depois culpam os funcionarios publicos, e os mais espoliados são os trabalhadores celetistas contribuintes da previdencia social (INSS), e a ladainha que ouvimos diariamente é que a previdencia social precisa de reformas, e como queria o FHC, que queria privatizar, entregar a preço de banana podre em final de feira como fez com o setor de telefonia, siderurgia, distribuidoras de energia e ferrovia, e se o SERRA fosse eleito presidente, entregaria as Geradoras de Energia, a Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Economica e possivelmente até a propria Floresta Amazonica, tal era a sede por privatização, o que ele deveria privatizar mesmo era a politica, para que tantos politicos se eles não trabalham e consome rios de dinheiro (bilhões de reais), uma empresa privada, com apenas uma centena de pessoas administrava bem melhor e com um menor custo para a população. A população elegeria apenas pessoas para fiscalizar a aplicação do dinheiro publico, e anualmente seria discutido o orçamento participativo, onde se elegeria as obras e projetos prioritario para os bairrios, as cidades, os estados e do país, e aí teriamos recursos para setores da saude, educação, infraestrutura, segurança, habitação, transportes e tambem melhor distribuição de renda com um salario minimo mais justo.
15.
GARIBALDI PEREIRA disse:
27/05/2008 às 15:27

Jecinaldo está certo. Soube ser eficaz e divertido, sem perder a calma. Uma flecha seria mais rápida, mas valeu a calma. Bolsonaro é louco e imoral; faz mal a gerações atuais e futuras. Mas, cadê a “turma” de moralistas que exigiu punição para a deputada que dançou em plenário e não viu falta de decoro na plaquinha do gabinete do Bolsonaro?
16.
Jair Bolsonaro sobre os mortos do Araguaia: “quem procura osso é cachorro” « Conexão Brasília Maranhão disse:
27/05/2009 às 13:03

[...] notícia do Sakamoto dias atrás, incluindo foto do dito cujo ao lado da peça [...]
17.
Luiz Paulo - Vitória/ES disse:
27/05/2009 às 15:12

Prezado Sakamoto, é a primeira vez que participo em seu blog. Sou recorrente em outros quando inclusive li a reportagem sobre o imbecil do Bolsonaro com link para este. Foi o do Azenha. Não dá para inferir se os que aqui adentram viveram ou não a ditadura. Eu tinha 10 anos em 64, vivi em minha adolescência os piores anos. Minha família não era militante, não tinha ligação alguma com partidos políticos ou luta contra a ditadura. Ainda assim, meu pai, por ser professor universitário, foi perseguido (não era raro quando batiam em nossa porta de madrugada e o levavam para depoimentos…). Ele nos disse que nunca foi torturado fisicamente, tivemos que nos mudar algumas vezes por conta de vizinhos que adoravam botinas e chamavam a PM se do som vindo de nossa casa saísse alguma música de Chico, Caetano ou Vandré. Àqueles que criticam a luta armada, a resistência, eu fico pensando como seria o mundo se o nazismo tivesse vencido… quem resistiu a ele seria considerado subversivo, terrorista, bandido… não é uma questão partidária, mas uma questão humanitária e ideológica. O governo que estava em curso foi eleito DEMOCRATICAMENTE, é isso, infelizmente, que vocês que adoram militares não entendem. Gratos.
18.
nelson gomes queiroz disse:
3/10/2009 às 7:49

O deputado Jair Bolsonaro é um homem digno, não possui qualquer comprometimento escuso, sempre foi correto e nunca participou de falcatruas. Ninguém melhor do que Ele para dizer se houve ou não alguma irregularidade no passado, pois era militar e digno. Tenho certeza que a ditadura só incomodou alguns por isso não levo a questionamentos que não presenciei. O deputado em comento tem sua vida transparente.
19.
Ramon Liers disse:
5/01/2010 às 16:52

TU ÉS UM BLOGUEIRO QUE SE ACHA, NÉ? TUAS MATÉRIAS SÃO UMA BOSTA E TU NADA MAIS ÉS DO QUE UM REPORTERZINHO DE MERDA QUE VIVE DA DESGRAÇA ALHEIA. E ESSES REVANCHISTAS FICAM REMEXENDO O PASSADO COMO SE ESSES PILANTRAS DO PT FOSSEM COISA BOA NO PASSADO. LADRÕES, SEQUESTRADORES, ASSASSINOS!!! PAU NELES!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Terrorismo também é crime imprescritível, diz Mendes – Postada por Luiz Carlos Nogueira

Terrorismo também é crime imprescritível, diz Mendes PDF Imprimir E-mail



FLÁVIO FERREIRA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

(*) Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0411200802.htm

Presidente do STF rebate Dilma, que criticou parecer da AGU sobre perdão à tortura. Ministro do Supremo diz que "direitos humanos não podem ser ideologizados", porque "valem para todos: presos, ativistas políticos"



















O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, afirmou ontem que os crimes de terrorismo são imprescritíveis, assim com os delitos de tortura, ao comentar as manifestações da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) de que os torturadores do período de regime militar (1964-1985) não são beneficiados pela prescrição.

"Essa discussão sobre imprescritibildade tem dupla face. O texto constitucional também diz que o crime de terrorismo é imprescritível", afirmou Mendes.

Procurada ontem, a ministra não quis comentar as declarações do presidente do STF.

A polêmica sobre julgamentos de crimes de tortura cometidos durante o regime militar foi suscitada na semana passada pela AGU (Advocacia Geral da União). Subordinada à Presidência, o órgão informou que atos de tortura praticados na ditadura foram perdoados pela anistia. O parecer integra um processo que responsabiliza os militares reformados Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel por morte, tortura e desaparecimento de 64 pessoas durante a ditadura.

"Tenho uma posição muito clara em relação a isso. Repudio qualquer manipulação ou tentativa de tratar unilateralmente casos de direitos humanos. Direitos humanos valem para todos: presos, ativistas políticos. Não é possível dar prioridade a determinadas pessoas que tenham determinada atuação política. Direitos humanos não podem ser ideologizados, é bom que isso fique claro", disse.















Como ficam os sequestradores, assaltantes, guerrilheiros que incluem em seus currículos de terroristas os justiçamentos, ou seja, a execução de "companheiros" que decidiram colaborar para que o Brasil não fosse tomado pelo terror vermelho? Como pode esta "raça" fazer parte do quadro governamental de um país?

Covardia

Ao participar do debate "Democracia e o Estado de Direito", ontem, em São Paulo, Mendes disse que o STF , instância máxima do Judiciário, combate a "covardia institucional" de vários tribunais.

O ministro afirmou que ficou surpreso ao descobrir que o índice de concessão de habeas corpus no STF é de 30%, em média. "É um dos índices mais altos do mundo. Certa vez alguém me perguntou: "Por que isso passou por todas as instâncias e somente no Supremo foi firmado sentido contrário?". Por falta de coragem institucional dos órgãos que decidiram de outra maneira ou por manifesta covardia institucional, se quisermos usar o termo correto", disse o presidente do STF.

Mendes defendeu ainda uma redução ou limitação do número de medidas provisórias editadas pelo Executivo, até mesmo por meio de uma nova emenda constitucional.

O magistrado disse que o STF não se posiciona apenas em relação à letra fria da lei, e para comprovar tal tese, citou a questão da fidelidade partidária. "Era uma mudança de partido a toda hora, na diplomação, antes da posse, de forma exagerada, para não falarmos do fenômeno do mensalão, que poderia supor uma mudança remunerada. É nesse contexto que o Supremo Tribunal Federal faz a revisão da jurisprudência. Não é um leitura literal pura do texto constitucional. É um diálogo sério com a sociedade e com a realidade."

Participaram do debate o ex-ministro da Justiça Célio Borja, o advogado Tercio Sampaio Ferraz Jr. e o integrante do Conselho Nacional de Justiça Joaquim Falcão. No ato, organizado pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, pelo Instituto FHC e pela FGV-Direito-Rio, estiveram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, secretários estaduais e o deputado federal Marcelo Itagiba.

Matéria publicada no site Brasil Acima de Tudo – Clique neste link para conferir:

http://brasilacimadetudo.lpchat.com/index.php?option=com_content&task=view&id=5532&Itemid=221


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O "General" Bolsonaro e o "subalterno" ACM Neto


sexta-feira, 30 de outubro de 2009


Jair Bolsonaro - "A Lei sou Eu!"

ACM Netinho (DEM-BA) & Arthur "hiena" Virgílio (PSDB-AM)


O subalterno ACM NETO (DEM-BA) arquiva oito representações
contra o "GENERAL" Jair Bolsonaro (PP-RJ)

O subalterno-Corregedor da Câmara, ACM NETO - do infame DEM(o) - pensando que o avô ainda está no seu encalço para ele não cair da bicicleta e estragar o aro da jante (se já não estiver estragado), deu-se ao luxo de salvar o "GENERAL" Jair Bolsonaro. "Apois, num é!!!" que o netinho peralta de ACM (teve a quem puxar o garoto!) arquivou as acusações de desrespeito e discriminação que pesam contra o seu "comandante" por declarações violentas contra as pessoas e as instituições?!?! Certa feita, ACM NETO, numa situação incomum de histeria, afirmara que daria uma "suuuuurrrrraaaaa" (vixe-maria!!!) em LULA com o apoio da "ínclita hiena" Arthur Virgílio (abaixo, vídeo em que LULA responde ao pirralho). Bolsonaro, por sua vez, chamara LULA de homossexual e esculhambara Dilma Rousseff, chamando-a de "especialista em assalto e furto". Tudo ficou por isso mesmo. Acredito que ele, o Bolsonaro, anda delirando com o seu CÚ...bito e o de ACM Netinho (serão mais longos, mais fortes e mais profundos que o dos outros?!?!)!





Essa é a contribuição do DEM para a democracia brasileira! Até Serra, outra "ínclita figura", anda cuspindo na cara dos DEM(ônios)!


Câmara absolve deputado que xingou Lula e Dilma



A Mesa Diretora da Câmara arquivou de uma só vez oito representações contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), acusado de dar declarações "violentas de ódio e desrespeito" em pronunciamentos na Casa, entre 2004 e 2005. O deputado foi denunciado por, entre outras coisas, chamar o presidente Lula de “homossexual” e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de “especialista em assalto e furto”.


O parecer que recomendou o arquivamento das representações, incluindo as declarações contra Lula e Dilma, é do corregedor da Casa, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA). O corregedor sugeriu que o parlamentar fosse apenas “alertado" de que, em caso de reincidência, poderá responder a processo por quebra de decoro parlamentar. O deputado do PP também escapou de punição por ter afixado um cartaz em seu gabinete em que tripudia as buscas do governo federal por corpos dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. Na legislatura passada, a Casa havia arquivado uma representação contra ele após uma briga com a deputada Mario do Rosário (PT-RS), que por pouco não terminou em agressão física. Jair Bolsonaro é um sobrevivente na Câmara. Em seu quinto mandato consecutivo na Casa, o deputado recebeu seis punições por causa de pronunciamentos agressivos e entrevistas polêmicas. Foram três censuras verbais e duas por escrito. Em todos os casos, escapou da abertura de processo de cassação do mandato. "Com que moral vão me cassar aqui?", provoca).


Fuzilamento


No governo Fernando Henrique Cardoso, a Câmara foi menos complacente com o parlamentar fluminense. Em programa exibido pela TV Bandeirantes em 2000, o deputado sugeriu o fechamento do Congresso. E, para espanto dos entrevistadores, afirmou que durante a ditadura militar deveriam ter sido fuzilados "uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso". Por pregar o fuzilamento do então presidente da República, a Mesa Diretora decidiu, em fevereiro daquele ano, suspender o mandato do deputado por 30 dias. Capitão e paraquedista do Exército, Bolsonaro é o único parlamentar a defender abertamente a ditadura militar. Autor do relatório que rejeitou em bloco as novas denúncias contra o colega, ACM Neto nega que tenha agido de forma política ao absolver Bolsonaro. "Decidi pelo arquivamento, pois os fatos são antigos e os deputados que me antecederam na Corregedoria não tinham sequer notificado o deputado", disse o corregedor ao site. "Verifico que os acontecimentos que ensejaram a representação encontram-se superados", diz o parlamentar baiano em seu relatório, aprovado pela Mesa Diretora no último dia 22 de setembro.


“Homossexual”


O presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff entraram na mira de tiro da metralhadora verbal de Bolsonaro em 23 de junho de 2005, durante pronunciamento feito na Câmara. "Cumprimento o presidente Lula por ter nomeado para a Casa Civil uma pessoa técnica, especialista em assalto e furto", disse Bolsonaro, ao se referir à nomeação da ministra-chefe da Casa Civil. No mesmo discurso, o deputado chamou o presidente de “homossexual”. "Se a corrupção existe nesta Casa, quem a pratica, o homossexual ativo, é o presidente Lula. Temos de começar um movimento para desbancar o presidente da República. Não queremos homossexual passivo, nem ativo, neste governo", afirmou. As frases homofóbicas levaram o Grupo Dignidade - pela Cidadania de Gays Lésbicas e Transgêneros a representar o deputado. A representação foi encabeçada ainda pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e pela então deputada Teresinha Fernandes (PT-MA).


“Piores que baratas”


Outros aliados do presidente Lula – sobretudo aqueles que se envolveram na luta armada durante a ditadura militar – também foram vítimas da artilharia de Bolsonaro. O deputado José Genoino (PT-SP), ex-preso político e militante da Guerrilha do Araguaia, foi tratado pelo parlamentar fluminense como "delator de colegas". O ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) foi chamado de "portador de Lesão por Esforço Repetitivo por contar dinheiro obtido em indenizações milionárias à conta da viúva.” Já o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi retratado como "terrorista, precursor de Bin Laden e especialista em tortura, sequestro e carro-bomba". Quando comandava o Ministério da Justiça, o advogado Márcio Thomas Bastos foi apontado por ele como "defensor de marginais de alta periculosidade". Aos petistas, Bolsonaro disse que eram "piores do que baratas", e a ministra Dilma Rousseff aparece novamente no discurso como "integrante de quadrilha que assaltou uma casa, sendo especialista em roubo e assalto".


Confusão no Exército


O histórico de indisciplina do deputado remonta aos tempos da caserna. Quando era capitão de arma da artilharia do Exército, Jair Bolsonaro foi preso disciplinarmente por 15 dias após liderar manifestação contra os baixos soldos (salários) dos militares em 1986. O caso teve desdobramento: no ano seguinte, ele foi acusado pelo então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, de indignidade para o oficialato. Bolsonaro acabou sendo absolvido, em 1988, pelo Superior Tribunal Militar (STM) por nove votos a quatro. Naquele mesmo ano, entrou para a vida política ao se eleger um dos vereadores mais votados da cidade do Rio de Janeiro.


“Ditadura de merda”


As divergências do capitão do Exército com o comando militar continuam. Na porta de seu gabinete, o deputado do PP afixou recentemente um cartaz ironizando a procura dos restos mortais dos militantes de esquerda desaparecidos durante a Guerrilha do Araguaia. O cartaz dizia: “Desaparecidos da Guerrilha do Araguaia: quem procura osso é cachorro”.


"Coloquei cartaz mesmo, pois estão usando dinheiro público para coisas inúteis. Não sei por que eles estão reclamando. Essa ditadura foi uma ditadura de merda, pois sumiram só 300 pessoas; e em Cuba, na ditadura do Fidel, foram 17 mil mortos", dispara Bolsonaro.
Por causa do cartaz, o PCdoB ingressou na Câmara com pedido de instauração de processo ético-disciplinar contra o deputado. ACM Neto também arquivou essa representação e pediu apenas que o cartaz fosse retirado da porta do gabinete de Bolsonaro. (Congresso em Foco)


Do Blog
Terra Brasilis

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Para entender o que Bolsonaro defende

http://jeocaz.wordpress.com/2009/03/23/a-tortura-no-regime-militar/

Veja o conteúdo do site supra:

A TORTURA NO REGIME MILITAR


O século XX ficou marcado como o século dos genocídios. A presença de regimes opressivos e totalitários, que se mantiveram através da força bruta, originaram os métodos científicos de tortura, disseminados por todas as nações do planeta. Quem pensa que a tortura é fruto do século que passou engana-se, desde os primórdios da história universal que o homem convive com ela. Dos antigos egípcios aos mesopotâmios, da inquisição medieval aos regimes totalitaristas nazistas, fascistas e stalinistas; a tortura foi uma forma que se desenvolveu para extrair depoimentos de oposicionistas, intimidar a população e consolidar os governos ilegítimos, construídos sem a participação ou o consentimento popular.
No Brasil do século XX, a tortura foi praxe nos dois maiores períodos ditatoriais que o país viveu, na época do Estado Novo (1937-1945) e do regime militar (1964-1985), sendo institucionalizada neste último período, banalizando-se e revelando-se como um método eficaz de garantir um Estado de ilegalidade.
Foi durante a ditadura militar que as maiores atrocidades foram cometidas contra os que se opunham ao regime. Neste período os estudantes, os intelectuais, os engajados políticos, foram as principais vítimas do sistema que contestavam. Em plena Guerra Fria, a elite brasileira posicionou-se do lado dos Estados Unidos e da direita ideológica. Ser comunista passou a ser terrorista. Combatê-los era, segundo a visão do regime, defender a pátria de homens que comiam criancinhas, pregavam o ateísmo e destruíam as igrejas e os conceitos familiares. No engodo de proteger o Brasil da ameaça comunista, instalou-se uma ditadura, que para manter os princípios da caserna ortodoxa, calou, torturou e matou sem o menor constrangimento, centenas de brasileiros.
A tortura durante o período do regime militar não livrou o Brasil dos militantes de esquerda, tão pouco destituiu da mente das pessoas o direito à liberdade de expressão que todos sonhavam. Se na sua propaganda o regime salvou o Brasil de terroristas comunistas, nos seus porões ela garantiu a sobrevivência de 20 anos de um Estado ilegítimo, feito sob a força bruta e o silêncio dos seus cidadãos.

Identificação dos Torturados

Para que se perceba os princípios que regeram a tortura na época do regime militar, é preciso que se perceba também quem eram os torturados, ou os que se enquadravam nesse perfil de sórdida arbitrariedade. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Europa e o mundo foram divididos pelos aliados vencedores e por suas ideologias. Objetivamente, Estados Unidos e União Soviética formaram duas forças antagônicas que ao encerrarem uma guerra, construíram uma outra, a chamada Guerra Fria.
Antes de entrar no turbilhão da Guerra Fria e posicionar-se em um dos lados, o Brasil encerrou a ditadura do Estado Novo, em 1945. Em 1946 o país promulgou uma nova Constituição, entrando numa nova fase democrática. Graças à nova Constituição, o Partido Comunista do Brasil, que se iria tornar Partido Comunista Brasileiro em 1960, o PCB, existente desde 1922, pôde finalmente ser legalizado. Quando da legalização, o PCB era o quarto partido do país, com dezessete deputados, um senador e a maioria dos vereadores da Câmara do Distrito Federal, na época o Rio de Janeiro.
Em 1947 os princípios da Guerra Fria foram estabelecidos, espalhando-se pelo mundo. Neste ano realiza-se a Conferência Interamericana de Manutenção da Paz e Segurança, em Petrópolis; dela participou o então presidente argentino Juan Perón. Na conferência foi assinado o Tratado de Assistência Recíproca, que permitia a intervenção norte-americana onde quer que a paz e a segurança estivessem ameaçadas. O Brasil entrava para a gestação da Guerra Fria, posicionando-se ao lado dos EUA. Já integrado nos princípios da Guerra Fria, neste 1947, deputados do PTB propuseram a cassação do PCB baseado no texto da Constituição, que vedava qualquer partido que contrariasse em seu programa o regime democrático, e os comunistas, contrários às posições difundidas por Washington, passaram a ser vistos como inimigos do regime vigente. Em outubro o Brasil rompe relações diplomáticas com a União Soviética. O PCB, que obtivera o terceiro lugar do total de votos nas eleições estaduais, tem a legenda cassada numa decisão tomada pela diferença de um voto. No começo de 1948 os deputados, senadores e vereadores eleitos pela legenda tiveram seus mandatos cassados e o PCB entrou definitivamente na clandestinidade. Desde então o partido escondeu-se por trás de outras legendas.
No princípio da Guerra Fria, a doutrina francesa do “inimigo interno” é adotada pelos norte-americanos. O inimigo não era mais uma nação expansionista, como na época da Segunda Guerra Mundial, mas o cidadão invisível, que habitava o seu país, mas era contra o regime nele estabelecido. O inimigo era todo aquele cidadão que se opunha aos princípios da democracia desenhada pelos americanos, da sua visão de mundo livre, posicionando-se favorável ao mundo socialista.
Estabelecido o conceito de “inimigo interno” (no caso os comunistas), a ele juntou-se a doutrina da “segurança nacional”. As Forças Armadas do Brasil e da América Latina, formadas por uma elite histórica e de forte conotação de direita, deixaram-se seduzir por estes conceitos. Dentro da caserna, os princípios que identificavam os “inimigos internos” eram passados hierarquicamente, e esses inimigos ganhavam identidades ideológicas: eram os próprios compatriotas comunistas, os de esquerda e todos aqueles que se opunham ao lado ocidental da Guerra Fria, ou seja, ao regime estabelecido pelos norte-americanos.
Os “inimigos internos” do Brasil, especificamente os comunistas, quando estabelecida a ditadura militar em 1964, paradoxalmente eram considerados traidores dos princípios “democráticos” e tornar-se-iam o principal alvo da tortura, os comunistas seriam os torturados.

Atos Institucionais e Órgãos de Informação Moldam a Ditadura e os Princípios da Tortura

Uma vez estabelecida a ditadura militar no Brasil, em 1 de abril de 1964, era preciso sustentá-la e legitimá-la. Apoiada logisticamente pelos EUA, baseando-se principalmente nos princípios anticomunistas da Guerra Fria, será dentro da Escola Superior de Guerra que se formulará os princípios da doutrina da segurança nacional, tendo como alvo o combate à esquerda, à eliminação dos “inimigos internos”. Para que se estabeleçam tais princípios, atos institucionais e leis repressivas dão legitimidade ao regime, e órgãos de informação são criados para que possam vigiar, identificar e eliminar o inimigo.
Em 9 de abril de 1964 é editado o primeiro Ato Institucional, que passaria para a história como AI-1, que legitimava o governo, estabelecendo 60 dias para que se acabasse o regime de exceção. O AI-1 dava poderes ao regime militar para cassar mandatos, suspendendo os direitos políticos por dez anos. João Goulart, Luiz Carlos Prestes, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Leonel Brizola são os primeiros cassados. O expurgo atingiu governadores, 50 deputados, 49 juízes, 1200 militares e 1400 civis.
Em 27 de outubro de 1965 foi editado o AI-2, estabelecia-se que as eleições para presidente seriam de forma indireta e sem possibilidades de reeleição; dissolvia os partidos existentes desde 1945, criando o bipartidarismo, formado pela Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de base de apoio ao regime, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), a oposição consentida. Para garantir a maioria do governo no STF (Supremo Tribunal Federal), o AI-2 aumentava o número de ministros de 11 para 16.
O AI-3 é editado em 5 de fevereiro de 1966, reafirmando o regime militar estabelecido em 1964, definindo as eleições indiretas para os governadores dos estados, com votação nominal nas Assembléias Legislativas estaduais. Estabelecia ainda, que os prefeitos de capitais seriam nomeados pelos governadores. Com este último ato, o governo militar, estabelecido na figura do presidente general Humberto de Alencar Castelo Branco, consolida a ditadura no Brasil.
Legitimada através de atos institucionais, ao mesmo tempo a ditadura criava órgãos para vigiar e manter sob controle o pensamento em todos os setores da população. Sob as perspectivas mencionadas, surgiu, em 13 de junho de 1964, o Serviço Nacional de Informações (SNI), com a finalidade de coordenar por todo o território nacional as atividades de informação e contra-informação, assegurando assim, os conceitos estabelecidos pela doutrina da Segurança Nacional. Criado pelo general Golbery do Couto e Silva, o SNI veio à tona com um acervo de três mil dossiês e cem mil fichas com informações sobre as principais lideranças políticas, sindicais, estudantis e empresariais do Brasil. O SNI espalhou os seus tentáculos por toda a parte, funcionando durante a ditadura como uma polícia secreta comparável às SS de Hitler. Seus agentes infiltrados acompanhavam os considerados subversivos, doutrinavam colaboradores, arrebanhando voluntários por todas as partes, vigiando desde as igrejas aos meios de comunicação.
A partir do SNI, um eficiente mecanismo repressivo foi montado, com métodos eficazes de vigilância e controle sobre o cotidiano dos brasileiros, obedecendo a uma hierarquia. O SNI assessorava diretamente ao presidente do Brasil; os ministérios eram atendidos pelas DSIs (Divisões de Segurança e Informação); sendo os ministérios civis, autarquias, empresas e órgãos públicos atendidos pelas ASIs (Assessorias de Segurança e Informações).

Órgãos de Informação Militares e das Polícias Federais e Civis Exercem a Tortura

Subordinados ao SNI, órgãos de repressão e tortura foram estabelecidos. Dentro das Forças Armadas, as três armas montaram individualmente os seus centros de informação.
No governo de Castelo Branco o Exército quis criar o seu centro de informações, mas com as restrições do presidente, o CIEX (Centro de Informações do Exército) só teve o seu projeto implementado no governo Costa e Silva. O CIEX teria grande alcance nacional, tornando-se um dos principais órgãos de tortura e repressão.
A Marinha tinha o seu órgão de informações, o CENIMAR (Centro de Informações da Marinha), desde 1955, para tratar das questões fronteiriças e da diplomacia. Aos poucos o órgão foi perdendo as suas reais funções, enredando-se cada vez mais na política repressiva, especializando-se em combater a luta armada.
Em 1968 a aeronáutica toma a iniciativa de criar o seu órgão de informações, CISA (Centro de Informações da Aeronáutica), sendo os seus mentores treinados no exterior. Mas a sua montagem só ocorreu já no governo Médici, adotando em 1970, a estrutura de combate e repressão à luta armada, tendo grande atuação na repressão aos guerrilheiros.
Ainda subordinados ao SNI estavam a polícia federal e as polícias estaduais e o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). A partir de 1969, surgiu em São Paulo a Operação Bandeirantes (Oban), organização clandestina, formada por militares, agentes e delegados civis e federais, que torturavam e desapareciam com militantes comunistas. A Oban agia à margem da lei, tornando-se poderosa, financiada por grandes empresas como a General Motors, Ford e Ultragaz. A experiência da Oban serviu para unir todos os órgãos repressivos, desde então passaram a atuar em conjunto os órgãos de informação da polícia federal, polícia militar e DOPS. Em janeiro de 1970 foram criados os DOI (Departamento de Operações e Informações) e os CODI (Centro de Operação e Defesa Interna). O DOI-CODI na prática integrava todos os órgãos repressores e legalizava a Oban.
O DOI-CODI transformar-se-ia numa máquina de repressão e tortura, estendendo os seus tentáculos além das fronteiras do país, infiltrando-se no Chile, Uruguai, Bolívia e Argentina. O DOI-CODI, assim como a antiga Oban, recebia grandes recursos financeiros, sendo dotado de tecnologia, tendo as suas atividades orientadas pela lógica da disciplina militar.
Todos estes órgãos institucionalizaram a tortura, constituindo um grande aparelho repressivo que agiria de forma brutal e sanguinária sobre aqueles que contestavam o regime militar. Agentes especiais eram formados na ESNI (Escola Nacional de Informações), criada em 1971. Os melhores alunos eram enviados para o Panamá, cursando a Escola das Américas, mantida pela CIA, lugar onde formaram grandes ditadores militares, que depois de um golpe, assumiram o poder em vários países da América Latina.
Em dezembro de 1968 Costa e Silva fechou o Congresso, o AI-5 foi decretado, dando plenos poderes ao presidente e, entre outras coisas, abolindo o hábeas corpus aos presos políticos, legalizando a tortura. Nos ventos do AI-5, foi promulgado em 1969 o AI-14, que estabelecia a pena de morte, a prisão perpétua e o banimento do país dos que eram considerados terroristas e atentavam contra a nova Lei de Segurança Nacional.

A Tortura Propriamente Dita

A tortura do regime militar instalou-se no Brasil desde o primeiro dia que foi dado o golpe, em 1 de abril de 1964. A primeira vítima de tortura foi o líder camponês e comunista Gregório Bezerra. No dia do golpe, o coronel Vilocq amarrou Gregório Bezerra com cordas, ordenando que soldados o arrastasse pelas ruas de Recife, humilhando-o com vitupérios verbais, espancando-o com uma vareta de ferro. O coronel incitava o povo para ver o “enforcamento do comunista”. Diante do horror, religiosos telefonaram para o general Justino Alves Bastos, que pressionado, impediu um martírio. Gregório Bezerra levou coronhadas pelo corpo, além de ter os pés queimados com soda cáustica. No dia do golpe, Recife foi um dos lugares que mais sofreu atrocidades dos golpistas, tendo civis agredidos e mortos em passeatas que protestavam a favor da democracia.
Um mês depois do golpe, presos políticos eram conduzidos para o navio Raul Soares, rebocado do Rio de Janeiro até o estuário de Santos, litoral paulista. A prisão flutuante era dividida em três calabouços, batizados com nomes de boates famosas da época: El Moroco, salão metálico, sem ventilação, ao lado da caldeira, ali os prisioneiros eram expostos a uma temperatura que passava dos 50 graus; Night in Day, uma pequena sala onde os presos ficavam com água gelada pelos joelhos; Casablanca, lugar que se despejava as fezes do navio. Os três calabouços eram usados para quebrar a resistência dos presos. Sindicalistas e políticos da Baixada Santista passaram pela prisão flutuante do Raul Soares, que foi desativada no dia 23 de outubro de 1964.
Mesmo diante de tantas evidências, o governo militar jamais admitiu que havia tortura no Brasil, o presidente Castelo Branco chegou a negar publicamente a existência de truculência em seu governo. Mas contrariamente às palavras do presidente, no dia 24 de agosto de 1966, foi encontrado boiando no rio Jacuí, afluente do rio Guaíba, em Porto Alegre, o corpo do sargento Manoel Raimundo Soares, já em estado de putrefação, com as mãos amarradas para trás. O sargento fazia parte dos militares expurgados do exército por causa do seu envolvimento com a militância política no governo João Goulart. O seu corpo trazia marcas de tortura, causando grande comoção e revolta da população na época. Este foi o primeiro caso de tortura e morte que causou grande repercussão, ficando conhecido popularmente como o “caso das mãos atadas”. Os militares prometeram investigar as circunstâncias da morte do sargento e punir culpados, mas arquivaram o caso e jamais tiveram o trabalho de investigá-lo.

Os Métodos de Tortura nos Porões Militares

Quanto mais tempo durava o regime militar, mais pessoas faziam oposição às atrocidades por ele cometidas. Estudantes, padres, intelectuais e vários setores da sociedade passaram a contestar o regime. Aumentava a contestação, a resposta era a intensificação da tortura, conseqüentemente, a sofisticação dos métodos ocasionava um grande número de mortos.
Métodos científicos de tortura foram desenvolvidos. Monstros torturadores escreveriam o seu nome em letras gigantes nas páginas pungentes da história do Brasil. Nomes como o de Sérgio Fleury, uma espécie de Torqueimada da ditadura militar. Fleury levou a tortura para as celas do DOPS de São Paulo, situado na Luz, no prédio que é hoje a Pinacoteca do Estado. Outro lugar de tortura em São Paulo era o DOI-CODI do Paraíso, conhecido como a Casa da Vovó. Os prisioneiros chegavam às mãos de Fleury e dos seus homens já espancados e feridos, sangrando e muitos vezes, já agonizantes. Ali eram pendurados no pau-de-arara, recebendo descargas elétricas. Furadeiras elétricas eram usadas para perfurar corpos, navalhas rasgavam a carne, cigarros queimavam órgãos genitais, mulheres sofriam abusos sexuais. Socos, pontapés, afogamentos, eram complementos às torturas, que ficavam cada vez mais elaboradas.
Os métodos de tortura engendrados recebiam diversos nomes simbólicos, entre eles, os mais comuns registrados e confirmados por aqueles que os sofreu, são:
Pau-de-Arara – O preso era posto nu, abraçando os joelhos e com os pés e as mãos amarradas. Uma barra de ferro era atravessada entre os punhos e os joelhos. Nesta posição a vítima era pendurada entre dois cavaletes, ficando a alguns centímetros do chão. A posição causava dores e atrozes no corpo. O preso ainda sofria choques elétricos, pancadas e queimaduras com cigarro. Este método de tortura já existia na época da escravidão, sendo utilizado em várias fases sombrias da história do Brasil.
Cadeira do Dragão – Os presos eram sentados nus em uma cadeira elétrica, revestida de zinco, ligada a terminais elétricos. Uma vez ligado, o zinco do aparelho transmitia choques a todo o corpo do supliciado. Os torturadores complementavam o mecanismo sinistro enfiando um balde de metal na cabeça da vítima, aplicando-lhe choques mais intensos.
Choques Elétricos – O torturador usava um magneto de telefone, acionado por uma manivela, conforme a velocidade imprimida, a descarga elétrica podia ser de maior ou menor intensidade. Os choques elétricos eram deferidos na cabeça, nos membros superiores e inferiores e nos órgãos genitais, causando queimaduras e convulsões, fazendo muitas vezes, o preso morder a própria língua. As máquinas usadas nesse método de tortura eram chamadas de “maricota” ou “pimentinha”.
Balé no Pedregulho – O preso era posto nu e descalço em local com temperatura abaixo de zero, sob um chuveiro gelado, tendo no piso pedregulhos com pontas agudas, que perfuravam os pés da vítima. A tendência do torturado era pular sobre os pedregulhos, como se dançasse, tentando aliviar a dor. Quando ele “bailava”, os torturadores usavam da palmatória para ferir as partes mais sensíveis do seu corpo.
Telefone – Entre as várias formas de agressões que eram usadas, uma das mais cruéis era o vulgarmente conhecido como “telefone”. Com as duas mãos em posição côncava, o torturador, a um só tempo, aplicava um golpe violento nos ouvidos da vítima. O impacto era tão violento, que rompia os tímpanos do torturado, fazendo-o perder a audição.
Afogamento na Calda da Verdade – A cabeça do torturado era mergulhada em um tambor, balde ou tanque cheio de água, urina, fezes e outros detritos. A nuca do preso era forçada para baixo, até o limite do afogamento na “calda da verdade”. Após o mergulho, a vítima ficava sem tomar banho vários dias, até que o seu cheiro ficasse insuportável. O método consistia em destruir toda a auto-estima do torturado.
Afogamento com Capuz – A cabeça do preso era encapuzada e afundada em córregos ou tambores de águas paradas e apodrecidas. O prisioneiro ao tentar respirar, tinha o capuz molhado a introduzir-se nas suas narinas, levando-o a perder o fôlego, produzindo um terrível mal-estar. Outra forma de afogamento consistia nos torturadores fecharem as narinas do preso, pondo-lhe, ao mesmo tempo, uma mangueira ou um tubo de borracha dentro da boca, obrigando-o a engolir água.
Mamadeira de Subversivo – Era introduzido na boca do preso um gargalo de garrafa, cheia de urina quente, normalmente quando o preso estava pendurado no pau-de-arara. Usando uma estopa, os torturadores comprimiam a boca do preso, obrigando-o a engolir a urina.
Soro da Verdade – Era injetado no preso pentotal sódico, uma droga que produz sonolência e reduz as inibições. Sob os efeitos do “soro da verdade”, o preso contava coisas que sóbrio não falaria. De efeito duvidoso, a droga pode matar.
Massagem – O preso era encapuzado e algemado, o torturador fazia-lhe uma violenta massagem nos nervos mais sensíveis do corpo, deixando-o totalmente paralisado por alguns minutos. Violentas dores levavam o preso ao desespero.
Geladeira – O preso era posto nu em cela pequena e baixa, sendo impedidos de ficar de pé. Os torturadores alternavam o sistema de refrigeração, que ia do frio extremo ao calor exacerbado, enquanto alto-falantes emitiam sons irritantes. A tortura na “geladeira” prolongava-se por vários dias, ficando ali o preso sem água ou comida.
As mulheres, além de sofrer as mesmas torturas, eram estupradas e submetidas a realizar as fantasias sexuais dos torturadores. Poucos relatos apontaram para os estupros em homens, se houveram, muitos por vergonha, esconderam esta terrível verdade.

O Que Fazer aos Corpos dos Mortos Pela Tortura

Para que se desenvolvessem métodos tão sofisticados de tortura, praticados com grandes requintes, era preciso que o governo militar desenvolvesse a propaganda do culpado, cada torturado era culpado, era o temível comunista que assaltava bancos, o terrorista que comia criancinhas, que ameaçava a família, assim, era criado o preconceito contra os torturados, que eram culpados e merecedores de todos os suplícios que se lhe eram impostos em uma sala de tortura.
Os recrutados para exercer a tortura eram indivíduos que recebiam favorecimentos dos seus superiores, gratificações e reconhecimento de heróis, pois ajudavam a livrar o país dos terroristas comunistas. Eram pessoas intimamente agressivas, com desvio de personalidade, que legitimadas em seus atos sem limites, tornavam-se incapazes de ter sentimentos por quem torturava.
Se por um lado a tortura coibia, causava medo e terror em quem se deixara apanhar e, principalmente, em quem ainda estava livre, militando na clandestinidade, por outro lado ela causava um grande problema, como esconder os torturados mortos. O que fazer com os corpos, uma vez que o regime militar negava veementemente a existência da tortura nos seus calabouços?
Para resolver o problema dos torturados mortos, médicos legistas passaram a fornecer laudos falsos, que escondiam as marcas da tortura, justificando a morte da vítima como sendo de causas naturais. Muitos dos mortos pela repressão tinham no laudo médico o suicídio como a causa mais comum, vários foram os “suicidas” da ditadura. Outras causas que ocultavam a tortura nos laudos eram a dissimulação de atropelamentos, acidentes automobilísticos ou que tinham sido mortos em tiroteios com a polícia, jamais eram reveladas as torturas.
Muitos legistas chegavam a apresentar laudos de torturados mortos como se desfrutassem da mais perfeita saúde. Quando não se podia ocultar as evidências da tortura, muitos cadáveres eram enterrados como anônimos, sem que os familiares jamais soubessem o que aconteceu aos corpos dos seus mortos. As valas clandestinas dos mortos da ditadura ocultavam dos familiares a marca das torturas neles praticadas. Entre os médicos legistas que assinaram laudos falsos para encobrir a tortura, tornaram-se notórios Harry Shibata, Isaac Abramovitch e Paulo Augusto Queiroz Rocha.
Mas nem sempre os falsos laudos conseguiram esconder a tortura. Em novembro de 1969, Chael Charles Schreier, militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), foi preso, torturado e morto. O seu corpo foi enviado para um hospital, portanto ele já estava morto quando lá deu entrada. No relatório do exército, foi dito que Chael Charles Schreier ao ser preso com dois outros companheiros, reagira violentamente com disparos de revólver. Na troca de tiros, os três terroristas saíram feridos, sendo Chael o que estava em estado mais grave, sendo medicado no hospital, entretanto Chael sofreu um ataque cardíaco, vindo a falecer. O que os militares não sabiam é que Chael era judeu, e que para ser sepultado nas tradições da sua família, era realizado o ritual da lavagem do corpo. Durante o ritual, constatou-se que Chael não tinha morrido por um ataque cardíaco, muito menos por ferimentos de balas, mas sim por tortura. O caso veio à tona, tornando-se matéria da revista “Veja” em dezembro daquele ano, a revista trazia na capa o título “Tortura”. Esta exposição constrangeu profundamente o governo do presidente Médici, apesar da reportagem da “Veja” isentá-lo da culpa da tortura e da morte de Chael, responsabilizando os que cercavam o presidente, sem citar nomes ou culpados.
Outro laudo falso, assinado por Harry Shibata, foi o que dizia que a causa da morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida nos porões da ditadura, em 1975, tinha sido suicídio. Desmascarada a farsa, o assassínio de Herzog por tortura teve grande repercussão, fazendo com que o então presidente, general Ernesto Geisel, admitisse que havia tortura nos porões da ditadura, iniciando um processo para desmantelar a máquina científica da institucionalização de tão vergonhosa e sanguinária prática. Também o caso da morte do operário Manoel Fiel Filho alcançou repercussão nacional, provando que a ditadura torturava e matava os seus opositores.

Conseqüências da Tortura no Brasil do Regime Militar

A tortura na ditadura militar tornou-se um instrumento fundamental para assegurar, através do medo e da repressão, a ideologia da caserna, amparada pela Guerra Fria e justificada pelos militares como necessária numa época de perigo à segurança nacional, ameaçada por terroristas comunistas.
Durante o período da ditadura militar, o povo brasileiro foi excluído do direito de participar da vida nacional. Através da força bruta, refletida na tortura, criou-se o medo na população, que por algumas décadas inibiu-se até mesmo dos direitos civis e de consumidor, formando um pacifismo involuntário que se tornou uma característica manipulada do brasileiro.
O governo instalado no dia 1 de abril de 1964, manteve-se contrariando todos os princípios que regem os direitos humanos, traduzidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948. Estes direitos foram negligenciados pelos Estados Unidos, que para manter a sua ideologia e democracia interna, apoiou e financiou sangrentas ditaduras militares em toda a América Latina, exportando para esses países, seus sofisticados métodos de tortura e combate ao perigo da ideologia soviética.
Na violação dos direitos humanos, americanos ensinavam aos policiais brasileiros a seqüestrarem mendigos, e neles desenvolverem métodos eficazes de tortura, que seriam usados nos inimigos do regime.
No período mais intenso da tortura militar, no início da década de setenta, os brasileiros foram ideologicamente divididos pelo governo em dois grupos: o grupo dos “verdadeiros cidadãos” e o grupo dos “inimigos internos”, tornando o princípio arbitrário a principal arma de propaganda difundida pelo regime.
Oficialmente, os inimigos internos do regime militar no período de intensificação total da tortura, de 1969 a 1974, eram os guerrilheiros e revolucionários de esquerda, vistos como terroristas, e que militavam principalmente, no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8); Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares); Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Partido Comunista do Brasil (Pc do B), que promoveu a Guerrilha do Araguaia; Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), liderada por Carlos Lamarca, que se tornou ao lado de Carlos Marighella, os principais inimigos do regime; a Ação Libertadora Nacional (ALN), que de destacou na guerrilha urbana; e, o Partido Comunista Brasileiro (PCB), combalido por sucessivas divisões que deram origem à maioria dos grupos de resistência à ditadura mencionados. Das organizações citadas, cinco a seis mil pessoas participou da luta armada, um número insignificante quando o país chegava a 100 milhões de habitantes, não justificando a máquina mortífera que as polícias brasileiras e as Forças Armadas criaram, sustentadas na aplicação da tortura como método de repressão.
Além dos mortos e desaparecidos (também mortos, mas jamais tendo sido encontrados os seus corpos), a tortura deixou danos indeléveis aos que sobreviveram a ela, levando alguns ao suicídio, como aconteceu ao dominicano Frei Tito de Alencar Lima. Os que sobreviviam à tortura, eram permanentemente ameaçadas e vigiadas pelo regime opressivo. Até hoje, os torturados têm dificuldade na sua maioria, em falar dos horrores que sofreram nos porões da ditadura.
Os que ousaram a contestar a ditadura eram na sua maioria, jovens idealistas, muitos politizados e engajados, outros em processo de politização, que se atiravam aos ideais, dispostos até mesmo a morrer por eles. A maioria dos torturados que morreram eram jovens.
Mas a ditadura não matou somente os opositores engajados, os chamados comunistas, guerrilheiros e revolucionários, vários foram os inocentes apanhados nas malhas da delação, que pereceram sob tortura sem jamais descobrirem porque estavam a ter tão nefasto destino. Aos inocentes a tortura poderia ser mais intensa, já que nada sabiam, nada podiam revelar.
Findo o regime militar, a tortura foi justificada pelos ex-presidentes ditadores como um mal necessário, como arma de defesa diante de uma guerra que se vivia. Nenhum torturador foi preso ou punido por seus atos, todos foram beneficiados pela lei da Anistia, que em 1979 anistiou os presos políticos, os exilados e os torturadores da ditadura militar. A tortura continua a ser a maior página negra da recente história do Brasil.

Mortos e Desaparecidos

O modelo de tortura empregado pelos órgãos de informação da ditadura militar chegou a ser exportado para alguins países asiáticos, onde governos repressivos assumiram o poder. Curiosamente, países que adotaram regimes socialistas, como o Camboja, foram os que “importaram” os métodos da direita brasileira.
Uma lista oficial dos mortos e desaparecidos no período da ditadura militar (1964-1985), foi divulgada pelo Grupo Tortura Nunca Mais. São considerados desaparecidos casos que se tem dados da tortura cometida contra o militante e da sua eventual morte, mas que o seu corpo jamais foi encontrado ou identificado. Entre os casos está o do Stuart Edgard Angel Jones, que apesar das evidências do seu assassínio, é oficialmente um desaparecido, uma vez que não apareceu um cadáver para oficializar a sua morte. Os mortos foram divididos na lista como militantes políticos e outros, é o caso de Zuleika Angel Jones, mãe de Stuart, cuja morte jamais foi esclarecida. Segue a lista dos mortos e desaparecidos da ditadura militar. Esta lista pode ser encontrada no site do Grupo Tortura Nunca Mais, onde a ficha de cada morto ou desaparecido é divulgada, podendo ser pesquisada.

Mortes Oficiais:

1964

Albertino José de Oliveira
Alfeu de Alcântara Monteiro
Ari de Oliveira Mendes Cunha
Astrogildo Pascoal Vianna
Bernardinho Saraiva
Carlos Schirmer
Dilermando Mello do Nascimento
Edu Barreto Leite
Ivan Rocha Aguiar
Jonas José Albuquerque Barros
José de Sousa
Labib Elias Abduch
Manuel Alves de Oliveira

1965

Severino Elias de Melo

1966

José Sabino
Manoel Raimundo Soares

1967

Milton Palmeira de Castro

1968

Clóvis Dias Amorim
David de Souza Meira
Edson Luiz de Lima Souto
Fernando da Silva Lembo
Jorge Aprígio de Paula
José Carlos Guimarães
Luis Paulo Cruz Nunes
Manoel Rodrigues Ferreira
Maria Ângela Ribeiro
Ornalino Cândido da Silva

1969

Antônio Henrique Pereira Neto (Padre)
Carlos Marighella
Carlos Roberto Zanirato
Chael Charles Schreier
Eremias Delizoikov
Fernando Borges de Paula Ferreira
Hamilton Fernando Cunha
João Domingos da Silva
João Lucas Alves
João Roberto Borges de Souza
José Wilson Lessa Sabag
Luiz Fogaça Balboni
Marco Antônio Brás de Carvalho
Nelson José de Almeida
Reinaldo Silveira Pimenta
Roberto Cietto
Sebastião Gomes da Silva
Severino Viana Colon

1970

Abelardo Rausch Alcântara
Alceri Maria Gomes da Silva
Ângelo Cardoso da Silva
Antônio Raymundo Lucena
Ari de Abreu Lima da Rosa
Avelmar Moreira de Barros
Dorival Ferreira
Edson Neves Quaresma
Eduardo Collen Leite
Eraldo Palha Freire
Hélio Zanir Sanchotene Trindade
Joaquim Câmara Ferreira
Joelson Crispim
José Idésio Brianesi
José Roberto Spinger
Juarez Guimarães de Brito
Lucimar Brandão Guimarães
Marco Antônio da Silva Lima
Norberto Nehring
Olavo Hansen
Roberto Macarini
Yoshitame Fujimore

1971

Aderval Alves Coqueiro
Aldo de Sá Brito de Souza Neto
Amaro Luís de Carvalho
Antônio Sérgio de Matos
Carlos Eduardo Pires Fleury
Carlos Lamarca
Devanir José de Carvalho
Dimas Antônio Casemiro
Eduardo Antônio da Fonseca
Flávio de Carvalho Molina
Francisco José de Oliveira
Gerson Theodoro de Oliveira
Iara Iavelberg
Joaquim Alencar de Seixas
José Campos Barreto
José Gomes Teixeira
José Milton Barbosa
José Raimundo da Costa
José Roberto Arantes de Almeida
Luís Eduardo da Rocha Merlino
Luís Hirata
Luiz Antônio Santa Bárbara
Manoel José Mendes Nunes de Abreu
Marilene Vilas-Boas Pinto
Mário de Souza Prata
Maurício Guilherme da Silveira
Nilda Carvalho Cunha
Odijas Carvalho de Souza
Otoniel Campos Barreto
Raimundo Eduardo da Silva
Raimundo Gonçalves Figueiredo
Raimundo Nonato Paz ou “Nicolau 21”
Raul Amaro Nin Ferreira

1972

Alex de Paula Xavier Pereira
Alexander José Ibsen Voeroes
Ana Maria Nacinovic Corrêa
Antônio Benetazzo
Antônio Carlos Nogueira Cabral
Antônio Marcos Pinto de Oliveira
Arno Preis
Aurora Maria Nascimento Furtado
Carlos Nicolau
Danielli Célio Augusto Valente da Fonseca
Fernando Augusto Valente da Fonseca
Frederico Eduardo Mayr
Gastone Lúcia Beltrão
Gelson Reicher
Getúlio D’Oliveira Cabral
Grenaldo de Jesus da Silva
Hélcio Pereira Fortes
Hiroaki Torigoi
Ismael Silva de Jesus
Iuri Xavier Pereira
Jeová de Assis Gomes
João Carlos Cavalcanti Reis
João Mendes Araújo
José Bartolomeu Rodrigues de Souza
José Inocêncio Pereira
José Júlio de Araújo
José Silton Pinheiro
Lauriberto José Reys
Lígia Maria Salgado Nóbrega
Lincoln Cordeiro Oest
Lourdes Maria Wanderly Pontes
Luís Andrade de Sá e Benevides
Marcos Nonato da Fonseca
Maria Regina Lobo Leite Figueiredo
Míriam Lopes Verbena
Ruy Osvaldo Aguiar Pfitzenreuter
Valdir Sales Saboya
Wilton Ferreira

1973

Alexandre Vannucchi Leme
Almir Custódio de Lima
Anatália de Souza Alves de Mello
Antônio Carlos Bicalho Lama
Arnaldo Cardoso Rocha
Emanoel Bezerra dos Santos
Eudaldo Gomes da Silva
Evaldo Luís Ferreira Sousa
Francisco Emanoel Penteado
Francisco Seiko Okama
Gildo Macedo Lacerda
Helber José Gomes Goulart
Henrique Ornelas Ferreira Cintra
Jarbas Pereira Marques
José Carlos Novaes da Mata Machado
José Manoel da Silva
José Mendes de Sá Roriz
Lincoln Bicalho Roque
Luís Guilhardini
Luís José da Cunha Manoel Aleixo da Silva
Manoel Lisboa de Moura
Merival Araújo
Pauline Philipe Reichstul
Ranúsia Alves Rodrigues
Ronaldo Mouth Queiroz
Soledad Barret Viedma
Sônia Maria Lopes Morais

1975

José Ferreira de Almeida
Pedro Gerônimo de Souza
Vladimir Herzog

1976

Ângelo Arroyo
João Baptista Franco Drummond
João Fosco Penito Burnier (Padre)
Manoel Fiel Filho
Pedro Ventura Felipe de Araújo Pomar

1977

José Soares dos Santos

1979

Alberi Vieira dos Santos
Benedito Gonçalves
Guido Leão
Otacílio Martins Gonçalves
Santo Dias da Silva

1980

Lyda Monteiro da Silva
Raimundo Ferreira Lima
Wilson Souza Pinheiro

1983

Margarida Maria Alves

Outras Mortes:

Afonso Henrique Martins Saldanha
Antônio Carlos Silveira Alves
Ari da Rocha Miranda
Catarina Abi-Eçab
Iris Amaral
Ishiro Nagami
João Antônio Abi-Eçab
João Barcellos Martins
José Maximiniano de Andrade Neto
Luiz Affonso Miranda da Costa Rodrigues
Newton Eduardo de Oliveira
Sérgio Correia
Silvano Soares dos Santos
Zuleika Angel Jones

Mortes no Exílio:

Ângelo Pezzuti da Silva
Carmem Jacomini
Djalma Carvalho Maranhão
Gerosina Silva Pereira
Maria Auxiliadora Lara Barcelos
Nilton Rosa da Silva
Therezinha Viana de Assis
Tito de Alencar Lima (Frei)

Desaparecidos no Brasil:

Adriano Fonseca Fernandes Filho
Aluísio Palhano Pedreira Ferreira
Ana Rosa Kucinski Silva
André Grabois
Antônio “Alfaiate”
Antônio Alfredo Campos
Antônio Carlos Monteiro Teixeira
Antônio de Pádua Costa
Antônio dos Três Reis Oliveira
Antônio Guilherme Ribeiro Ribas
Antônio Joaquim Machado
Antônio Teodoro de Castro
Arildo Valadão
Armando Teixeira Frutuoso
Áurea Eliza Pereira Valadão
Aylton Adalberto Mortati
Bergson Gurjão Farias
Caiupy Alves de Castro
Carlos Alberto Soares de Freitas
Celso Gilberto de Oliveira
Cilon da Cunha Brun
Ciro Flávio Salasar Oliveira
Custódio Saraiva Neto
Daniel José de Carvalho
Daniel Ribeiro Callado
David Capistrano da Costa
Dênis Casemiro
Dermeval da Silva Pereira
Dinaelza Soares Santana Coqueiro
Dinalva Oliveira Teixeira
Divino Ferreira de Souza
Durvalino de Souza
Edgard Aquino Duarte
Edmur Péricles Camargo
Eduardo Collier Filho
Elmo Corrêa
Elson Costa
Enrique Ernesto Ruggia
Ezequias Bezerra da Rocha
Félix Escobar Sobrinho
Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira
Francisco Manoel Chaves
Gilberto Olímpio Maria
Guilherme Gomes Lund
Heleni Telles Ferreira Guariba
Helenira Rezende de Souza Nazareth
Hélio Luiz Navarro de Magalhães
Hiram de Lima Pereira
Honestino Monteiro Guimarães
Idalísio Soares Aranha Filho
Ieda Santos Delgado
Ísis Dias de Oliveira
Issami Nakamura Okano
Itair José Veloso
Ivan Mota Dias
Jaime Amorim Miranda
Jaime Petit da Silva
Jana Moroni Barroso
João Alfredo Dias
João Batista Rita
João Carlos Haas Sobrinho
João Gualberto
João Leonardo da Silva Rocha
João Massena Melo
Joaquim Pires Cerveira
Joaquinzão
Joel José de Carvalho
Joel Vasconcelos Santos
Jorge Leal Gonçalves Pereira
Jorge Oscar Adur (padre)
José Humberto Bronca
José Lavechia
José Lima Piauhy Dourado
José Maria Ferreira Araújo
José Maurílio Patrício
José Montenegro de Lima
José Porfírio de Souza
José Roman
José Toledo de Oliveira
Kleber Lemos da Silva
Libero Giancarlo Castiglia
Lourival de Moura Paulino
Lúcia Maria de Sousa
Lúcio Petit da Silva
Luís Almeida Araújo
Luís Eurico Tejera Lisboa
Luís Inácio Maranhão Filho
Luiz Renê Silveira e Silva
Luiz Vieira de Almeida
Luíza Augusta Garlippe
Manuel José Nurchis
Márcio Beck Machado
Marco Antônio Dias Batista
Marcos José de Lima
Maria Augusta Thomaz
Maria Célia Corrêa
Maria Lúcia Petit da Silva
Mariano Joaquim da Silva
Mario Alves de Souza Vieira
Maurício Grabois
Miguel Pereira dos Santos
Nelson de Lima Piauhy Dourado
Nestor Veras
Norberto Armando Habeger
Onofre Pinto
Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior
Orlando Momente Osvaldo Orlando da Costa
Paulo César Botelho Massa
Paulo Costa Ribeiro Bastos
Paulo de Tarso Celestino da Silva
Paulo Mendes Rodrigues
Paulo Roberto Pereira Marques
Paulo Stuart Wright
Pedro Alexandrino de Oliveira Filho
Pedro Carretel
Pedro Inácio de Araújo
Ramires Maranhão do Vale
Rodolfo de Carvalho Troiano
Rosalino Souza
Rubens Beirodt Paiva
Ruy Carlos Vieira Berbert
Ruy Frazão Soares
Sérgio Landulfo Furtado
Stuart Edgar Angel Jones
Suely Yumiko Kamayana
Telma Regina Cordeiro Corrêa
Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto
Tobias Pereira Júnior
Uirassu de Assis Batista
Umberto Albuquerque Câmara Neto
Vandick Reidner Pereira Coqueiro
Virgílio Gomes da Silva
Vitorino Alves Moitinho
Walquíria Afonso Costa
Wálter de Souza Ribeiro
Wálter Ribeiro Novaes
Wilson Silva

Desaparecidos no Exterior:

Argentina

Francisco Tenório Júnior
Jorge Alberto Basso
Luiz Renato do Lago Faria
Maria Regina Marcondes Pinto
Roberto Rascardo Rodrigues
Sidney Fix Marques dos Santos
Walter Kenneth Nelson Fleury

Bolívia

Luiz Renato Pires de Almeida

Chile

Jane Vanini
Luiz Carlos Almeida
Nelson de Souza Kohl
Túlio Roberto Cardoso Quintiliano
Wânio José de Matos

10 Respostas para “A TORTURA NO REGIME MILITAR”

  1. laurimar gomes da silva/ Brasília df /Brasil Disse:

    Sou historiador e fico indignado com o que aconteceu com os torturadores, sinceramente sou a favor de que façam o mesmo com esses animais de farda, acho que eles tem que serem torturados e justiçados em um paredão pela justiça revolucionária

  2. TORTURA E MORTE NOS CALABOUÇOS – PAI, AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE « MANIFESTO JEOCAZ LEE-MEDDI Disse:

    [...] http://jeocaz.wordpress.com/2009/03/23/a-tortura-no-regime-militar/ [...]

  3. lucival Disse:

    -O que eram comícios relâmpagos e por que eles aconteciam?
    -Quais são os três procedimentos de tortura utilizado pelos órgãos de repressão durante a ditadura militar?
    -O que foi a operação condor?Quais os países nelas envolvidos?
    -O que foi a lei da Anistia de 1979?

    POr favor me responde essas questões.

    Lucival.

  4. Lucas Henrique Disse:

    Excelente postagem. Notícias e relatos como estes devem sempre ser divulgados. Graças aos comunistas e aos grupos “anti-ditadura”, o regime militar foi desmoralizado e viu o seu fim chegar em 85. Sendo ou não de esquerda, somos em 1° lugar cidadãos brasileiros, e por isso, devemos sempre prezar pelo o que é melhor pela nossa pátria, sem atrocidades e manipulação de massas.

  5. MULHERES GUERRILHEIRAS « MANIFESTO JEOCAZ LEE-MEDDI Disse:

    [...] http://jeocaz.wordpress.com/2009/03/23/a-tortura-no-regime-militar/ [...]

  6. Joana Silveira. Disse:

    É um absurdo isso aí. Nem tenho o que comentar.

  7. julia Disse:

    É COM MUITA TRISTEZA QUE LI TUDO ISSO…
    FIQUEI CHOCADA E ENOJADA…COM TANTA CRUELDADE…
    AINDA BEM QUE A DEMOCRACIA CHEGOU…E MESMO COM UM PAÍS ONDE O QUE REINA É A CORRUPÇÃO, PODEMOS SENTIR, RESPIRAR E LUTAR SEMPRE, PARA QUE ESSE TIPO DE COISA NUNCA MAIS ACONTEÇA…E NO MAIS É PEDIR A DEUS QUE NUNCA FIQUE ESCONDIDO QUAISQUER TIPO DE BARBÁRIE FEITA CONTRA QUALQUER BRASILEIRO.
    E MESMO A JUSTIÇA SENDO CEGA PRA OS HOMEMS,A JUSTIÇA DE DEUS NÃO É!
    JAMAIS DEVEMOS ESQUECER QUE A BORRACHA DA VIDA É O TEMPO………………

  8. Darcy Brasil R da Silva Disse:

    No Brasil de hoje,que volatiza nas ilusões da democracia liberal burguesa e alieniza-se no éter das desilusões neoliberais, é imperativo exigir a condena-ção rigorosa destes crimes de lesa-humanidade e de lesa-patriotismo.Ao mesmo tempo,deve-se também cultivar a memória e os valores desta luta,que às vezes parecem também merecer lugar na lista de desaparecidos.Pior que pessoas desaparecidas é o esquecimento ou tergiversação dos ideais que elas representaram e ainda representam.

  9. Stela Cazelli Disse:

    A tortura no regime militar foi tão ignóbil, que os próprios militares a negam, numa clara evidência que não aceitam que as pessoas tomem conhecimentos dos seus métodos torpes. Inicialmente eles é que estão passando atestado dos seus atos vergonhosos ao negá-los. Quando as pessoas falam que na época não existia a corrupção e maus políticos, fico pasma com tanta ignorância e falta de conhecimento. Todos os maus atos que existem atualmente, são provenientes da ditadura, onde os atos desonestos,as facultras eram incitados, porque o brasileiro que se manifestasse contra ou denunciasse esses atos, era sumariamente preso e muitas vezes desaparecido. As escolas e hospitais públicos tiveram sua decadência iniciada nesse famigerado período. Foi quando os planos de saúde entraram no mercado. E a dívida com o FMI? É imbecilidade alguém falar de corrupção atual, sem lembrar (tão de sacanagem ou desconhecem?) que Sarney, Maluf, Calheiros, ACM entre tantos corruptos foram crias do regime militar. Se fizeram, foram nomeados para cargos públicos sem eleição, eram os chamados governadores/prefeitos/senadores biônicos. Isso às custas do povo, que pagavam seus salários e mordomias, sem que fossem escolhidos por ele. A volta do militarismo é bom para os dementes ou os que não têm noção do que falam, pq pensar está provado que não sabem.

  10. José Tarcízio Fernandes Disse:

    Torturador não passa de psicopata, cujos desvios de conduta antissocial se caracterizam como verdadeiros e hediondos crimes contra a humanidade, insuspetíveis de cair na vala comum do esquecimento, menos ainda da prescrição. Praticam atos tão horripilantes que os fazem merecedores da mais severa punição, inclusive, com um monumento em praça pública de cada capital, no qual seus rostos sejam cinzelados no bronze ao lado da relação dos torturados, mortos e desaparecidos por eles, para que a sua ignomínia contra o ser humano se exiba todo dia aos olhos da população.Parece até que eles ou não têm filhos, ou, se os têm, na hora da tortura, por alguma lavagem cerebral que assimilam,nem sequer deles se lembram.