sexta-feira, 9 de novembro de 2012


Carlos Marighella recebe anistia 'post mortem'

09 de novembro de 2012 | 17h 54

LEONÊNCIO NOSSA - Agência Estado


O guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969) recebeu anistia "post mortem". Em decisão publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reconheceu que Marighella, morto em uma operação policial na Alameda Casa Branca, em São Paulo, no auge da repressão política, sofreu perseguição do Estado brasileiro. A família do guerrilheiro não pediu reparação econômica.
Em 1996, o Estado já havia reconhecido a morte do guerrilheiro, acatando decisão da Justiça. Desde 2008, a viúva de Marighella, a ativista social Clara Charf, recebe pensão de R$ 2,5 mil do governo pela morte do marido. O processo que resultou na anistia "post mortem" de Marighella começou em dezembro do ano passado, num encontro da Comissão de Anistia em Salvador (BA), onde o guerrilheiro nasceu e iniciou sua militância política.
Um dos comunistas mais influentes do País no século 20, Marighella foi deputado constituinte em 1946 e fundou, após um racha do PCB, a Ação Libertadora Nacional (ALN), em 1969, movimento de luta armada que atuou nos grandes centros. Ele vivia na clandestinidade quando sofreu uma emboscada de agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Nesta semana, foi publicada a biografia "Marighella, o guerrilheiro que incendiou o mundo", do jornalista Mario Magalhães.

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Tópicos: Marighella, Anistia

domingo, 4 de novembro de 2012

Comissão da verdade buscará dados fora do País

04 de novembro de 2012 | 10h 33JAMIL CHADE - Agência Estado

Além de pesquisas feitas no Brasil, a Comissão da Verdade, em sua tarefa de investigar os abusos cometidos contra os direitos humanos de 1946 a 1985, sairá em busca de documentos, arquivos, telegramas e relatórios sobre o assunto mantidos até hoje por governos estrangeiros e organizações internacionais.


O que se pretende é lançar luz sobre atos praticados pela chamada Operação Condor, que uniu governos do Cone Sul no combate a movimentos de esquerda. Arquivos já montados por comissões da verdade na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai serão consultados pelos representantes do grupo brasileiro. Nessa investigação se tentará identificar a cooperação, via Operação Condor, entre os regimes militares da região.

A reportagem obteve confirmações de que também serão consultados os arquivos diplomáticos desses países. Os nomes dos governos em questão ainda estão sob sigilo. O esforço inclui o acesso a arquivos de entidades do sistema ONU e outras da Organização dos Estados Americanos (OEA). A ONU já comunicou que está disposta a ajudar a Comissão da Verdade no Brasil - o que foi deixado claro, no momento de sua instituição, pela alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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